31 janeiro 2017

Senti(n)do

credit: Archan Nair
«Antes da tua existência a minha vida era calma, previsível, caminhava por estradas conhecidas sem grandes surpresas e tudo se ia compondo; talvez não houvesse tanta magia, tanto desconcerto e muito menos emoção à flor da pele mas sentia-me dona de mim, cria eu.
 Porque me tentas os sentidos, deixando a cada breve partida um sabor de boca amargo?; os dias tornam-se mais conquistados entre nós mas a saudade implica-se, entranha-se na pele nos dias em que as ausências pesam sobre a alma dorida.
 Percebi que tal controlo era fictício, que essa dita normalidade não me fazia feliz, não me completava e a cada ano passado me sentia mais insatisfeita, com uma maturidade sem companhia idêntica.
 Não tivesse esse dia acontecido, quando os nossos olhares se cruzaram e um sorriso meu te acordou para algo tão surpreendente, e jamais saberia o que é de facto respirar, sorrir...uma vida de incógnitas agora com respostas claras e uma vontade comum de caminhar por estradas coloridas.» 

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