27 fevereiro 2017

Agora sei porquê!


 Travei batalhas, não entendendo porque sempre as perdi
 Galguei muros e defesas, não percebendo as constantes quedas.
 Senti o coração apertando-se a cada ano, um vazio inexplicável
deixando-me inacabada, sem rumo certo.
 Vagueando por florestas de tristeza, nadando em mares revoltos
por entre noites frias em dias de verão sem sol; que olhar o meu,
sempre triste e distante, tentando enxergar um pequeno caminho
onde pudesse encontrar-me.

 E a maturidade dos 30 não resolveu, a chegada dos 40 foi pior;
 Acasos sempre impossíveis de manter e relações antecipadamente mortas,
espinhas mais que rosas e uma penumbra em noites de solidão…
até àquele instante imprevisto, um ricochete no peito e uma súbita claridade no olhar perdido.
 A luz ao fundo, a clareza do teu olhar meigo e distinto, o teu sorrir sem malícia,
a conspiração de universos aparentemente tão diferentes mas iguais na essência.
 Onde andaste? Porquê a demora em me acolheres, em escolheres-me sem dúvida
de que te daria o paraíso mesmo em dias de inferno?

 Ai amado, tu que foste o único a repor os batimentos de um coração envelhecido na certa medida,
tu que és a minha fortaleza e o meu sentido, o mar calmo onde não perco o pé,
a estrada com rumo certo e o sol nas manhãs de inverno;

 Agora travo batalhas, mas sei como as venço
 Galgo muros e estás lá se por acaso escorrego.
 Sinto o coração resfolegar a cada dia, o peito cheio
deixando-me completa, com passos certos.
 Vagueio por bosques de magia, nadando em águas cristalinas
por entre noites cálidas em dias de primavera sem lua; que olhar o meu,
sempre alegre e fixado, encontrando o seguro caminho

onde todos os dias me encontras, onde cada dia te amo!

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